A falta de conhecimento técnico em intralogística pode afetar a performance e impactar os custos operacionais de empresas
Utilizar a máquina certa para a função errada pode prejudicar a performance de qualquer operação logística. Atrasos na movimentação de mercadorias, possíveis avarias nos produtos transportados e custos desnecessários à empresa são alguns dos infortúnios enfrentados por muitas companhias. Um dos motivos que corroboram com essa realidade é a desinformação, estendida às mais diversas funções – do contratante do maquinário às equipes de vendas e revendedores de todo o país, ou ainda pela própria cultura organizacional de algumas empresas.
Para se ter uma ideia, aqui na Jungheinrich acreditamos que 90% das empresas não trabalham com os equipamentos mais adequados para suas operações, fato que pode onerar as finanças da companhia, já que uma empilhadeira tem valores mais elevados em comparação a uma transpaleteira elétrica, por exemplo.
E onde buscar esse conhecimento tão específico?
No Brasil, os cursos de logística disponíveis não contemplam um programa ou grade de ensino que aborde as aplicações logísticas necessárias de cada maquinário, ou então que explorem o que pode ser otimizado no processo de transporte, a fim de garantir a melhora da performance e da eficiência. Por essa razão não são completamente eficientes no preparo de profissionais da área, que devem decidir entre uma transpaleteira, uma selecionadora de pedidos, uma empilhadeira ou um equipamento retrátil. E essa questão é fundamental no nosso segmento. O principal desafio é formar profissionais que entendam os três principais pilares da estratégia logística:
1. Preço x custo
2. Otimização
3. Descentralização
Muitas empresas compram 10 empilhadeiras contrabalançadas elétricas, quando precisariam apenas de 6 dessas e mais 2 empilhadeiras patoladas, por exemplo.
Além disso, os profissionais responsáveis pelas mais diversas operações logísticas precisam ter visão estratégica no longo prazo. Ao fazer uma análise mais detalhada fica evidente que o preço mais alto para determinado investimento não necessariamente representa um custo mais alto. Pelo contrário, um investimento que representará a redução efetiva de custos.
A estratégia logística da movimentação de produtos é imprescindível para manter o bom fluxo de produtividade dentro de um centro de distribuição. E para planejar essa tarefa é importante escolher empilhadeiras que atendam a todas as necessidades do armazém: agilidade, ergonomia, manuseio e, principalmente, autonomia da bateria, no caso de empilhadeiras elétricas.
A observação dessa demanda de mercado fez com que a Jungheinrich criasse um Centro de Treinamento altamente técnico. Localizado no Brasil, ele foi pensado para ampliar o conhecimento sobre nossos produtos. Inaugurado em novembro, o CT atenderá consultores e técnicos de pós-venda do país e também das unidades Jungheinrich na América do Sul, que terão à sua disposição o mesmo treinamento ministrado às equipes da nossa matriz alemã.
Embora todas as unidades sul-americanas tenham salas de treinamentos para estudos básicos, somente o Centro de Treinamento do Brasil oferecerá o programa completo, desde os módulos de ensino até a certificação do colaborador. Os treinadores do CT terão formação profissional continuada e serão preparados para oferecer a melhor solução para as demandas de cada cliente, considerando os equipamentos disponíveis e as opções de armazenagem mais adequadas.
No médio prazo, a estrutura de nosso CT também foi pensada para atender a demanda pela busca do conhecimento em cursos para clientes, onde poderão entender a função de cada máquina e a melhor maneira de utilizá-la, além de estarem capacitados para optar pelo equipamento mais adequado para sua operação.
Embora a Jungheinrich já faça essa orientação junto aos departamentos de pré-vendas, nosso objetivo é educar o mercado na escolha de cada máquina: quais equipamentos são dispensáveis e quais farão a diferença na operação diária.
Também é crucial aos negócios que as companhias saibam que seu colaborador detém pleno conhecimento das funções administrativas de movimentação de mercadorias e equipamentos e que está totalmente preparado a otimizar a operação intralogística, direcionando o maquinário às funções para as quais foi desenvolvido e adequando o equipamento para o armazém, e não o contrário.
Além do CT, a Jungheinrich pretende auxiliar as escolas técnicas nacionais. Recentemente, em parceria com o SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), cedemos uma empilhadeira retrátil com capacidade de carga de 1,4 tonelada e elevação de até 6,5 metros. Durante 12 meses, o equipamento ajudará na formação de diversas turmas do curso Técnico em Logística, que profissionaliza operadores de empilhadeiras.
Acredito que a Jungheinrich fará parte da transformação do cenário de equipamentos intralogísticos em toda a América do Sul ao participar e incentivar a formação de profissionais e clientes. À medida em que todos adquirirem conhecimento sobre os benefícios da automação e da tecnologia à base de lítio estaremos contribuindo para a diminuição do número de equipamentos movidos à combustão, ainda alto por aqui (42% contra 18% na Europa), e promovendo um impacto positivo, não se limitando às empresas e seus profissionais, mas sobretudo no meio ambiente, ao restringir as emissões de CO2 ao menor nível possível.